01/05/2011
Coritiba BRA
Este post é bastante especial para mim. Prova de que o mundo realmente gira, como preconiza o velho ditado. O cliente que me concedeu o prazer de criar este belo projeto é uma pessoa que, indiretamente fez parte dos meus primeiros passos no futebol de mesa - lá na adolescência.
O Sr. Paulo Antunes, uma figura extraordinária, hoje com 57 anos, jogou futebol de mesa numa época em que este vivia sua era "romântica", digamos assim. Infelizmente esteve afastado do esporte por 25 anos mas, antes de parar, quando mudou-se de São Paulo para São Sebastião (litoral-norte) em 1985, entrincheirou-se nas fileiras do saudoso Botunice (clube da capital) com feras como Guilherme Biscasse, José Aissum,Antonio Della Torre, Mingão, entre outros. Não bastasse, conviveu até mesmo com a lendária figura de Geraldo Décourt (um dos pais do nosso esporte).
Apesar de tudo isso ser, de fato, muito bacana, não era isso que eu queria compartilhar com os amigos leitores à respeito desse novo amigo que acabo de fazer graças ao Vitrine do Botão. Acho que à essa altura os amigos já estão se perguntando - ué, mas o que o Paulo tem à ver com a minha adolsecência, certo?
Pois bem, vamos lá... quando eu tinha 13anos, deixava de estudar para as provas ou fazer tarefa para jogar botão, dia e noite, contra todos os "técnicos" do bairro das Mercês, em Curitiba, e até contra mim mesmo (minha mãe achava isso absurdo - como alguém pode jogar sozinho e comemorar gols? rsrsrss). Pode-se dizer que eu respirava futebol de botão nessa época. As minhas bricadeiras, as minhas amizades, a minha vida, tudo nesta época estava ligado ao botonismo, de alguma forma. Um prazer que só foi se sofisticando. Jogava sempre com botões de plástico, muito simples, daqueles que se compra em bancas de revista- tinha até certa preferência por uma série chamada "Copa de Ouro" da Gulliver. Isso, até conhecer os botões da marca Brianezzi. Neste ponto, tudo mudou, e aderi sem titubear a esses modelos (chamados lentilhas) principalmente pela beleza e sofisticação de acabamento - bem diferentes dos baratos botões comprados em bancas de revistas, estes vinham acondicionados em estojo próprio e eram acompanhados de uma bolinha de feltro.
Para minha surpresa, numa conversa com o Paulo, descobri que as artes, afixadas aos botões de baixo para cima (assim como o atuais vitrines), foram criação de suas mãos, durante um tempo.
É lógico que este Coritiba, primeiro time VITRINE DO BOTÃO do Paulo não seria simples, não é mesmo? As medidas são especialmente arredondadas para assemelhar-se aos seus antigos botões Brianezzi. Além disso, a lente do centro tem diâmetro mais amplo que os vitrines comuns, também inspirada no visual das lentilhas dos anos 70.
Aqueles times maravilhosos, que um dia foram alvo do meu desejo juvenil, eram muito mais que simples botões, eram craques que sobre as mesas davam vida aos meus sonhos. Conhecer um artista que, de alguma forma, esteve por trás destes sonhos, já seria um fato extraordinário, imaginem os amigos então, a honraria que representou para mim ter podido criar este projeto - e retribuir na "mesma moeda" um pouco de toda aquela fantasia que marcou de forma indelevel minha juventude. Meu muito obrigado ao Paulo pela alegria dessa visita ao passado. Que seu "Coxa" lhe faça sonhar tanto quanto os botões Brianezzi me fizeram sonhar um dia.
Fichamento
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Fabricante de material: Pexe Botões
Arte: VITRINE DO BOTÃO
Lançamento: abril de 2011
Dono: Paulo Antunes (SP)
Avaliação técnica: sn
Nota jurada: sn/sn/sn/sn/sn (parciais) sn (média)
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Bom dia Jeferson! Antes de mais nada, obrigado por suas palavras no"Vitrine'. Quando se está vivenciando o momento dos fatos, jamais se pode imaginar que no futuro, aquela atitude poderá ser reconhecida como um ato que será glorificado por outras pessoas.
ResponderExcluirBem, mas o motivo desse comentário é outro. Aconteceram fatos recentemente, que nos traz de volta a alegria e o prazer em coisas pequenas, mas absolutamente únicas na nossa vida.
Quando a mesa de futebol chegou em casa, o filho do meu vizinho viu e ficou maravilhado!
Convidei ele e seu pai para verem um treino e o menino apaixonou-se pelo futmesa. Pedi ao Flávio Moraes para que vende-se baratinho um Corinthians de argola para o menino, que ficou muito feliz. Ocorre que o menino é muito pequeno (deve ter uns 6 anos), e sua altura não lhe permite jogar nessas mesas oficiais.
Outro dia estava em uma papelaria da cidade e vi várias caixinhas de times de botão (cristal), todos do Palmeiras (ou o dono é palmeirense ou encalhou mesmo) ao preço de R$3,96, isso mesmo (tres reais e noventa e seis centavos), não paga nem o papel de embrulhar o presente. Em outro canto da loja vi um desses campo de botão da Estrela, ao preço de R$27,00 (vinte e sete reais). Resolvi comprar dois times de botão cristal e um "estrelão". Um time do Palmeiras foi mais fácil, pois na caixa vem uma cartela e basta colar cada adesivo no fundo de cada botão e está pronto. Mas todos os times da loja são do Palmeiras e como fazer? Procurei nesses sites que disponibilizam escudinhos de times e imprimi uma cartela com os escudos do Corinthians e assim fiz um time do Timão para o menino (esqueci de falar que o pai do menino é palmeirense). No outro dia o menino me procurou e disse que seu primo santista queria um time do Santos para poder jogar com ele. Fui na papelaria e comprei mais tres times e imprimi cartelas do Santos, Flamengo e do São Paulo e doei todos para o vizinho. Agora quase todas as noites e tardes ouço os gritos de gol vindo do outro lado do muro. A mãe do garoto outro dia me disse que foi o melhor presente que eu poderia ter dado e que as vezes tem que brigar com ele para ele ir dormir, pois quer jogar até 1 ou 2 horas da manhã, mas essa alegria desse menino não se compara nem de longe com a minha de ver que ainda é possível se ter felicidade no sorriso de uma criança e poder repetir a história de nossas infâncias.
Um abração, Paulo Antunes.
Poxa, Paulo! História maravilhosa.
ResponderExcluirEngana-se quem pensa que essa corrente
se quebra. Eu mesmo já fiz isso com meu garotinho- o Nícolas. Ele tem 5 aninhos e
eu comprei um Xalingão pra ele e 12 times desses baratinhos da Gulliver. Jogamos
sempre que possível e isso me transporta à minha infância. O futebol de botão
é absolutamente mágico.
No ano passado, a mãe de um garotinho do Rio de Janeiro me procurou às
vésperas do aniversário dele dizendo que o menino não saía do meu site
e que queria muito ter times com minhas artes. Como ficaria muito caro
ter todos os times vitrine que ele queria e ele também não tinha tamanho para
jogar botões oficiais, acabei fazendo algo que não faria em outra situação...
fiz uma faca especial e imprimi as artes que ele escolheu no site e decorei uns
15 times desses da Gulliver pro menino.
A mãe disse que não tinha como descever a alegria do garoto quando chegou
a caixa de SEDEX na manhã do aniversário do menino.
Enfim, querido, eu acredito muito nessa magia que me moveu um dia e
iluminou minha infância e que até hoje me permite conhecer pessoas extraordinárias
como você. Um grande abraço, sucesso epara você e até os próximos sonhos.
ENCANTADO SENHORES AS HISTORIAS QUE LI ACIMA....O ENCANTO NUNCA ACABA, SEMPRE VAI EXISTIR UMA CRIANÇA AMANDO O FUTEBOL DE MESA.
ResponderExcluirSENTIMOS ISSO QUANDO PEQUENOS O SONHO DE TER UM JOGO DE BOTÃO E HOJE SOMOS ADULTOS E CONTINUAMOS AMANDO ISSO TUDO.
PARABÉNS PELAS HISTORIAS E PELA ATITUDE DE AJUDAR O PRÓXIMO.
Estou em estado de catatonia efusiva até agora...
ResponderExcluirQue maravilha de histórias.
Que LINDDDDDDDOOOOO o botão do Coritiba...
Reverências à todos os praticantes e fãs desta modalidade mágica, botonismo.
Amigo Jeferson... Como sempre... Magic!!!
Amazing...
Do amigo de Curitiba, Anderson Vianna.
Paulo e Jeferson, que estórias maravilhosas. Confesso que mim emocionei e fiquei sem fala por alguns minutos. Lembrou nuito a minha infância. PARABENS a ambos.
ResponderExcluirAmigo Jeferson, depois do meu AMERICA-MINEIRO, vc já está especialista em decorar times com predominância VERDE. rzrzrzzrrzr
Abração, Éder - Caruaru-PE.